Após ter sido criado pelo Design Council em conjunto com diversas empresas inovadoras, como Google, Whirpool e Sony nos anos 2000, o Diamante Duplo é uma ferramenta colaborativa e visual que se tornou popular por sua utilização em sessões de Design Thinking. Nesse artigo, iremos apresentar as suas fases e demonstrar sua aplicação prática.
🕹️ #DicaDaMove: O design thinking é uma abordagem que deu origem a diversas ferramentas e metodologias baseadas na criatividade, colaboração e inovação, para solucionar problemas relacionados à gestão e negócios.
O Diamante Duplo (Double Diamond)
O framework Diamante Duplo surgiu com o objetivo de aproximar o time da criação de soluções das dores reais de seus clientes. Recebeu esse nome porque, ao desenhar seu fluxograma, temos dois losangos que se assemelham a diamantes.
Imagem: Um dos primeiros rascunhos do Diamante Duplo, feito por Chris Vanstone.
Abaixo, temos a imagem do Diamante Duplo que usamos nas consultorias da Move42, com a representação de cada momento do processo. Como mencionamos, cada losango representa um diamante e cada um deles é dividido em dois triângulos – já que cada diamante possui duas fases.
Outro elemento importante é a indicação de “divergir” ou “convergir”. Elas representam qual deve ser o comportamento da equipe ao discutir cada uma das etapas:
Gatilho: a fase inicial, anterior ao início do diamante, é chamada de “identificação do cenário” (set the stage). Ela é considerada o gatilho porque é dela que surge o desejo da equipe de solucionar um problema, mudar algum processo ou criar um novo produto. É importantíssimo, portanto, definir com clareza este cenário inicial e alinhar as expectativas da equipe de trabalho.
Divergir: o objetivo da discussão é gerar insights, trazer possibilidades e questionamentos. Cada participante pode trazer sua própria contribuição, sem a necessidade de chegar em um consenso. Aqui, quanto mais melhor, a ideia é gerar o maior número de post its possível.
Convergir: momento de escolher uma das linhas de raciocínio, de acordo com o que mais vai de encontro com o problema. É isso que irá definir os próximos passos do projeto. Aqui é onde iremos realizar a priorização das ideias, lembrando que não existem ideias ruins, apenas ideias que produzem um resultado melhor (atingem diretamente a dor do cliente) e exigem um esforço menor (são factíveis) – veja nossa dica de ferramentas para priorização.
Imagem: Diamante Duplo da Move42
Diamante 1: entendendo o problema (Design the right thing)
O primeiro diamante é voltado para a compreensão do problema em dois passos: a descoberta e a definição.
- Descoberta: é o primeiro momento de divergir. O objetivo é descobrir o máximo possível sobre o problema que está sendo enfrentado, explorar todas as possibilidades e entender a dor do cliente: quem está sofrendo com ele? Quais são suas possíveis causas? Como isso está prejudicando o projeto? E assim por diante.
Por ser um momento de divergir, pode ser usada a técnica do brainstorming para que todos possam compartilhar sua opinião sobre o assunto, ou alguma outra ferramenta de imersão criativa como Crazy Eight.
- Definição: o próximo passo é o de convergir. Isso significa que os pontos definidos na etapa anterior serão considerados e interpretados. A partir disso, a equipe começa a pensar em soluções e possibilidades de como testá-las.
Com tudo isso definido, o objetivo do projeto começa a ficar mais claro para os envolvidos. É nesse momento, também, que as possíveis soluções são levadas para serem validadas pelo mercado – através de pesquisas, testes etc.
Diamante 2: definindo a solução (Design the thing right)
Já as etapas do segundo diamante são usadas para explorar a solução através da criação e da entrega.
- Criação: aqui temos o segundo momento de divergir. No entanto, agora serão verificados os resultados obtidos no passo anterior e analisadas novas possibilidades. Com base nisso, os primeiros protótipos começam a ser montados e, se possível, já entregar algo para o cliente.
- Entrega: no último momento de convergir, o objetivo é reduzir as opções levantadas anteriormente, escolhendo aquela que melhor resolve a principal dor do cliente e foi melhor aceita por ele. A partir disso, é hora de criar o MVP (mínimo produto viável) para ser lançado no mercado – saiba mais sobre MVP aqui.
A solução
A última etapa do framework do diamante duplo é aquela em que a solução já foi lançada e está sendo utilizada pelo cliente. Nela, é fundamental garantir que a equipe esteja recolhendo e registrando todos os feedbacks, para que possam ser utilizados no desenvolvimento das próximas versões do produto.
🕹️ #DicaDaMove: Em nossas consultorias e workshops, usamos um canvas para conduzir toda a aplicação da metodologia. Deixamos sempre um espaço livre para que cada membro da equipe participante possa colocar um post it com suas ideias e observações. A colaboração de todos os envolvidos é essencial para um resultado assertivo!
Imagem: Canvas Diamante Duplo da Move42.
Quando posso usar o Diamante Duplo?
Como já disse Peter Drucker “Não há nada tão inútil quanto fazer eficientemente o que não deveria ser feito.” Pensando nisso, indicamos o diamante duplo para o desenvolvimento de novos projetos, geralmente envolvendo o lançamento de novos produtos ou serviços.
Ao utilizá-lo e, focando na dor do cliente, é possível não só entregar um produto mais rápido, como economizar tempo e dinheiro com a criação de algo que talvez não atendesse ao mercado como imaginado.
Este framework também pode ser utilizado sempre que houver a necessidade de mapear soluções para um problema complexo, para criar empatia e focar na real dor do cliente.
Após ler este artigo, acredito que você já esteja morrendo de vontade aplicar o Diamante Duplo na sua empresa e isso é ótimo! Vai lá, comece, experiente, build, measure and learn. E, se precisar de ajuda, conte com um de nossos profissionais especialistas para orientar os participantes ao longo do processo, garantindo que a ferramenta seja explorada ao máximo e, consequentemente, lhe entregando o resultado esperado.
🕹️ #DicaDaMove: Assim com a maioria das abordagens ágeis, o design thinking também deve ser considerado como incremental e cíclico. Isso significa que é possível que, em uma sessão, a equipe avance e retorne várias vezes em cada uma dessas etapas e isso, de forma alguma irá prejudicar o resultado final, pelo contrário, pode até torná-lo melhor.